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Foto do escritorCarlos Giordano

Mercado de etanol à toda prova na cadeia de abastecimento

Atualizado: 11 de jul. de 2020


Nesse novo alinhamento no setor de distribuição e revenda que diz respeito à venda direta do produtor para o Posto, encontramos algumas considerações com bases históricas que servirão de exemplo para análise de tendências.


A importância do debate, tem fundamento na possibilidade de redução de custos para o consumidor final, considerando a eliminação do intermediário na cadeia de suprimentos. Mas nem tudo são flores nesse conturbado cenário. A começar pela cadência dessa revolução ter no compasso, o ritmo possível das necessárias adequações por parte dos fornecedores de etanol ao segmento de distribuição de seus produtos, diretamente aos revendedores. Uma corrente de elos de aço na gestão dos custos de estocagem e logística de entregas.


Portanto, essa prerrogativa de diminuição de preços, defendida por Bolsonaro pode ser uma pedra no sapato de quem anda por esse caminho de lama. A saber que a possibilidade de atuação das distribuidoras na cadeia ainda continuará existindo, as usinas deverão fazer bons estudos de viabilidade econômica afim de participarem dessa migalha caída da mesa do banquete de gigantes.



Por conta disso, estima-se que apenas parte dessa estrutura poderia ser revista e repartida entre poucos possíveis produtores, que motivados pela possibilidade de alcançarem melhores margens, teriam novos custos e preocupações estratégicas que hoje não detém.


A começar pela tributação e controles fiscais, depois a preocupação com os custos de vendas, custos do fluxo de reposição no mercado recorrente em períodos de safra delimitados pela capacidade produtiva e de armazenamento, marketing para divulgação de controles de qualidade percebida pelos revendedores e consumidores, eventuais necessidades de contratos de fornecimento para garantia da oferta aos clientes, custos com eventuais inadimplências na concessão de créditos para prazos e políticas de pagamento, adequações de baias de abastecimentos para pequenos clientes com pátio de espera, banheiros para caminhoneiros, estrutura física a ser instalada e custos de manutenção, custos de administração financeira, contábil e fiscal, tudo isso fazendo com que a necessidade de um estudo de viabilidade econômica e financeira seja a premissa para o alinhamento na linha de largada dessa corrida que parece não ter fim.

Em terra de gigantes, quem tem estilingue é rei. Já dizia o pequeno Davi ao derrotar o gigante Golias

Agora alinhados com essa nova gestão, ainda imaginaremos que as usinas irão vender o etanol aos Postos Revendedores ao mesmo preço que vendem hoje às distribuidoras?


E as distribuidoras com seus contratos de suprimento, terão afetadas suas possibilidades de escoamento, inadimplindo contratos de compra e principalmente expondo situações de ataques de flanco dessas Usinas/Distribuidoras ao seu mercado de ativos contratuais?


Ora, ora, precisamos de mais estudo, compreensão e principalmente de análise de oportunidades e ameaças nesse momento, entendendo corretamente onde atuam essas forças que se tornarão gatilhos impeditivos de redução no preço do varejo.




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